quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Lótus


Não sei onde nem quando. Só sei que sim e que é. Como borboleta que me agita o estômago e me traz asas de terras que nem sei. Conduz-me a instâncias de que a razão duvida, já que o céu é um infinito inundado por mistérios. Lugar de onde incertezas que meu corpo insiste em visitar, como se voar fosse fechar os olhos e se permitir fugir para pensamentos ocultados até mesmo dos abismos do universo.

Vou pra lá todos os dias e me permito. No vazio entre a luz e as trevas. Como flor de lótus. Um beijo furta-cor. Onde minha mente se expande em lugares mais recônditos de mim e me descubro em camadas. Algo a ser saboreado por cada curva da minha alma, lugar em que entôo mantras infindáveis e evoco minhas loucuras. Pra onde me escorro e deixo a poesia vir me visitar, feito uma alma velha que me toca o ombro direito e me causa calafrios, pra eu enfim me libertar.

A alma dança liberta. Dança o vento dos meus devaneios pra que o perfume venha. A lótus desabrocha e as pétalas se tornam mar. No topo da minha cabeça, me atiçando o espírito, enquanto eu, envolto dessa luz branca, torno-me alado e te penso inteiro. Te hologramo sem medo e o fogo se expande. E sem caber em mim mesmo, perambulo sem lugar diante do cais... Com as asas imersas, até explodir em poder pra enfim voar. Não há mais limites neste lugar... É tudo sublime demais...