Não sei onde nem
quando. Só sei que sim e que é. Como borboleta que me agita o estômago e me
traz asas de terras que nem sei. Conduz-me a instâncias de que a razão duvida,
já que o céu é um infinito inundado por mistérios. Lugar de onde incertezas que
meu corpo insiste em visitar, como se voar fosse fechar os olhos e se permitir
fugir para pensamentos ocultados até mesmo dos abismos do universo.
Vou pra lá todos os
dias e me permito. No vazio entre a luz e as trevas. Como flor de lótus. Um
beijo furta-cor. Onde minha mente se expande em lugares mais recônditos de mim
e me descubro em camadas. Algo a ser saboreado por cada curva da minha alma,
lugar em que entôo mantras infindáveis e evoco minhas loucuras. Pra onde me
escorro e deixo a poesia vir me visitar, feito uma alma velha que me toca o
ombro direito e me causa calafrios, pra eu enfim me libertar.
A alma dança liberta.
Dança o vento dos meus devaneios pra que o perfume venha. A lótus desabrocha e
as pétalas se tornam mar. No topo da minha cabeça, me atiçando o espírito,
enquanto eu, envolto dessa luz branca, torno-me alado e te penso inteiro. Te
hologramo sem medo e o fogo se expande. E sem caber em mim mesmo, perambulo sem
lugar diante do cais... Com as asas imersas, até explodir em poder pra enfim
voar. Não há mais limites neste lugar... É tudo sublime demais...