Em cada porto, a mesma busca. Minhas esperanças regadas pelo azul do oceano se achegam e se lançam
diante de minhas angústias. Como se eu te ouvisse de longe e respondesse baixinho.Como se eu soubesse que no momento mais espontâneo em
que eu fechasse os olhos, você apareceria pra desconstruir todos os meus muros,
dispersar todas as minhas fronteiras pra eu enfim me entregar.
Às vezes me pergunto se
tudo isso é apenas projeção da minha ingenuidade, mas algo recôndito em mim me
faz insistir em não deixar de acreditar. Eu queria tanto que você aparecesse
logo, pra que eu parasse de buscar nos outros o que sei que encontrei apenas em
você em outras vidas, outras andanças, como um amor de andarilhos
de mãos dadas.
Minha espera tem sido
longa, ininterrupta, e o que guardo em mim segue intacto. Ainda que eu mude as
práticas, os ideais, as maneiras de agir, ainda que eu envelheça e os sonhos se
transformem, continua igual. Porque desde que conheci o mar, sei que é nele,
mergulhando ao seu lado, que a paz virá... Então espero seu olhar que me vai
desnudar inteiro, o toque que vai fazer parar o tempo, o filete de luz que vai
iluminar cada amanhecer dos meus dias...
Quando esse dia chegar,
minhas couraças cairão por terra, pois é com toda essa canção sincera que meus
tijolos se transformarão em asas. Meu coração diz que o que guardo no peito
está esperando o momento certo de voar. Ouvir das estrelas e sutilmente amar.
Portanto, amor meu, sigo aqui te esperando, enquanto a roda da vida insiste em
girar. Por isso te espero, te quero, te sonho... e em silêncio... te amo...
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