segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Névoa

Queria que fosses névoa. Sutil como o pensamento e se esvaísse quando minha alma soprasse. Que o movimento das ondas de mim te enviassem a lugares distantes.

Não sei lidar com tua ausência. Me sinto montanha. Incapaz de mover-me e desvencilhar-me das alturas do coração. É grande demais. Imensurável feito o céu. Infinito de tal forma que me atira ao longe de pensamentos repetitivos que somente eu escuto.

Jogo palavras ao vento. Sempre as mesmas. Teu nome carregado de significados, do quanto eu queria que voltasses, da obsessão pela tua presença que contrasta com o desejo de que vás e não voltes. É uma tempestade que não cessa, um jeito cinza de te amar calado e ao mesmo tempo ensurdecedor.
Queria ter o poder e a magnitude das palavras, que a melodia fosse feito magia e simplesmente agisse. Que estes versos fossem assustadoramente reais:

Que o vento te leve
E te apague feito grãos de areia
Que a brisa te mostre o silêncio
E te faça dormir em mares distantes...
Que a memória me deixe

E ecoes em vácuos quaisquer...

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