Queria que fosses névoa. Sutil como o pensamento e se
esvaísse quando minha alma soprasse. Que o movimento das ondas de mim te
enviassem a lugares distantes.
Não sei lidar com tua ausência. Me sinto montanha. Incapaz
de mover-me e desvencilhar-me das alturas do coração. É grande demais.
Imensurável feito o céu. Infinito de tal forma que me atira ao longe de
pensamentos repetitivos que somente eu escuto.
Jogo palavras ao vento. Sempre as mesmas. Teu nome carregado
de significados, do quanto eu queria que voltasses, da obsessão pela tua
presença que contrasta com o desejo de que vás e não voltes. É uma tempestade
que não cessa, um jeito cinza de te amar calado e ao mesmo tempo ensurdecedor.
Queria ter o poder e a magnitude das palavras, que a melodia
fosse feito magia e simplesmente agisse. Que estes versos fossem
assustadoramente reais:
Que o vento te leve
E te apague feito grãos de areia
Que a brisa te mostre o silêncio
E te faça dormir em mares distantes...
Que a memória me deixe
E ecoes em vácuos quaisquer...
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