Nunca mostres teu jardim a corações
intranquilos, a visões turvas ou rostos sombrios. O arco íris foi feito para se
encontrar em céus que escondem tesouros. Como pérolas devem ser lançadas em
oceanos de segredos.
Fecha teus olhos. Te imaginas
deixado em uma nuvem, envolto por uma imensidão negra salpicada de estrelas.
Faz de conta que és anjo e brinca de esconde-esconde com a paz do teu coração.
À medida que te aquietas, observa
ao longe e escuta a poesia que se embala com o vento. Faz das nuvens teu quarto
e deixa elas te acalentarem a alma como o som de uma harpa, que te hipnotiza o
espírito e te faz flutuar.
Voa para além da vista de outrem,
e dança com teu sono. Faz dele teu melhor amigo para que quando nele te
afogues, morrer não seja mais uma dor. Reinventar-se é um morrer bonito. Uma
passagem para horizontes misteriosos e reluzentes. Asas tornam-se uma extensão
da alma e o coração torna-se rio a jorrar...
Que
o mantra entoe
A paz
do teu ser
Da
existência serena
Da
alma que luta
Do
olhar que adormece
Que
haja dor
E
nasça a luz
Dos sábios antigos
Um respirar tranquilo
De onde brota amor...
Eu hoje, mais do que ficar feliz por ter um texto teu chegando na minha porta, fiquei nostálgica. Como te disse mais cedo, isso me fez abraçar um Renato de outros tempos, aqueles tempos onde a gente comia só poesia e tinha tempo para alimentar o mundo com nossas visões.
ResponderExcluirO que me encanta é essa tua métrica. Esse jeito de pontuar tudo com um poema. Essa coisa meio inacreditável de sempre me sentir perto do mar enquanto vou passeando pelas tuas frases.
Morrer é tão necessário para renascer em todos os estantes seguintes...
Vê se escreve sempre. Por favor.
Beijo.