domingo, 16 de dezembro de 2012

Beija Flor


Ah, menino... Me apaixonei por suas palavras. Desejei baixinho que fossem todas elas pra mim. Era tudo tão escolhido a dedo que me seduziu à primeira leitura.

Nem todo mundo tem os olhos seus. Olhos de quem esquadrinha o mundo e retira poesia de detalhes que ninguém vê. Como se não fizesse esforço e a beleza simplesmente viesse te ver.

Menino, que lindeza esse seu jeito poeta! Seu charme. Sua carta na manga. Seu ponto forte pra encantar os outros. Chega a parecer que é tática. Perfume propositalmente usado pra que os amores venham e desabrochem de frente à sua janela. Pra que você possa se envaidecer e retirar das pétalas a essência dos versos.

E cá vou eu, beija flor, pelas beiradas, prestando atenção nos seus detalhes, desfrutando do seu jardim pra que um dia possa ser poeta como você.

Poeta das águas. Poeta do mar. Ilhado em pensamentos, ancorado em devaneios. Quero me aproximar desse céu que é tão seu e, de um jeito singelo, respirar seus frescores e ser um tantinho mais eu.

É, menino, se você soubesse que anda despertando amores com esses versos, faria um estrago! Enquanto isso te é segredo, fico aqui calado, esperando a brecha pra te olhar nos olhos, te contemplar inteiro, encontrando face a face essa poesia que alimenta a minha. Enquanto te leio, te respiro, te floreio. Espero um beijo, pra me impregnar do perfume seu...

5 comentários:

  1. As singelezas que (na)moram nas palavras suas sementes. Que boniteza de palavrório! Enchantè!

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    1. Singelezas? Eis aí o encanto. O charme... Impossível não ser seduzido pelas palavras... Foi exatamente o que aconteceu com... o "eu lírico". Hahaha!

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  2. "Olhos de quem esquadrinha o mundo e retira poesia de detalhes que ninguém vê. Como se não fizesse esforço e a beleza simplesmente viesse te ver".

    Tenho certeza que as suas palavras irão despertá-lo. Confesso que fiquei curioso, caso essa pessoa realmente exista, de ler suas palavras. Acho que enxergar mais de uma coisa em uma mesma coisa é o grande privilégio dos verdadeiros poetas.

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  3. A fluidez das palavras nos revela às vezes tão misteriosos quanto o mar e tão frágeis como um beija-flor...

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